Ouvindo Beatles, Stones e Creedence, mas também Cesar Passarinho, Leopoldo Rassier e João Chagas Leite, Anka Brasil se aproximou da música pelas fontes do nativismo e do rock’n’roll. Cat Stevens e Raul Malo (vocalista da The Mavericks) foram “elo” destas referências, sendo que o rock até lhe permitiu um projeto de releituras de Elvis Presley numa banda cover.

Focando em seu processo autoral, compôs as músicas de seu primeiro disco, “Noite Fria”, num autêntico estilo regional romântico. Suas letras falam de relacionamentos, separações e reencontros, das dores e da felicidade do amor, dos segredos e sonhos que despertam os corações. Suas músicas encontraram na produção de Veco Marques o que ele procurava para encorpar suas canções, numa sonoridade tipicamente regional do sul, com um adorno romântico de linhagem delicada e folk.

Com sua voz de registro grave, Anka liberta os sentimentos do coração em baladas que por vezes sinalizam influências platinas. Não por acaso uma de suas canções tem letra em espanhol, inspirando sua ligação com o pampa uruguaio e argentino.

Seu disco de estreia apresenta um cantautor romântico que nos envia um recado certeiro logo na primeira faixa: “eu não tenho planos pra nós dois, não me interessa o depois, quero ser feliz algumas horas”. Se o seu coração está partido ou não, pouco importa.

Para Anka Brasil e sua forma genuína de cantar sobre decepções amorosas, esperanças de uma nova paixão ou sobre os sonhos de quem idealiza sua cara-metade, toda hora é hora de romantizar.

Anka Brasil é uma revelação que merece atenção. Seu disco “Noite Fria” é uma ótima companhia para os apreciadores da nova música romântica brasileira.